sábado, novembro 12

Cristais de quartzo

Pela fresta de uma janela confidente,
Ela observa a paisagem distraída
Torturada pela dor imagina descrente
Jasmins de amor perfumando sua vida.

Adeus amor carregado pelo vento!

Nas entrelinhas de um livro recomeçado
Uma palavra é frequentemente repetida.
Jamais havia antes nesta obra notado
A presença do termo culpa em sua despedida.

Adeus amor carregado pelo vento!

Por mais de quatro horas ela segue o marco
[estelar.
Confiando que a distância lhe permita
Sucumbir nas chamas e nelas reencontrar
Sua fênix, seus sonhos, um novo ponto
[de partida.

Adeus amor carregado pelo vento!

Vocábulos a esmo de súbito resplandecem
Por cristais de quartzo que umedecem o papel
Assustada, cerra os olhos... mas as pálpebras
[refletem:
Pesar, abandono, crime, castigo, réu...

Adeus amor sufocado pelo tempo!