A suave brisa da manhã é violentada
Pelos blocos de aço frios que cruzam meu caminho.
Rostos impassíveis refletem vidas desperdiçadas
Que aguardam por um sopro de ilusões que mova o moinho.
Percebes o vazio desses rostos?
A névoa é lentamente varrida pelo vento,
E surge a silhueta das ninfas a beira da estrada.
Em grupo seguem rumo ao trabalho árduo
Conscientes da injustiça de tal batalha.
Percebes o vazio desses rostos?
O sol a pino brilha sobre o asfalto,
E sentada em uma pedra pensativa ela descansa.
Sonha com alguém distante, e imagina num sobressalto
Que ele volte a ser sua enevoada esperança.
Percebes o vazio desses rostos?
Ao entardecer, raios dourados atravessam nuvens escuras,
Seus olhos brilhantes e um sorriso iluminado
Inundaram meu peito preenchendo as fissuras,
Ao calar a dor de um sonho recém-enterrado.
Percebes agora o vazio em meu rosto?
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