quinta-feira, agosto 11

A vacuidade do ser

A suave brisa da manhã é violentada
Pelos blocos de aço frios que cruzam meu caminho.
Rostos impassíveis refletem vidas desperdiçadas
Que aguardam por um sopro de ilusões que mova o moinho.

Percebes o vazio desses rostos?

A névoa é lentamente varrida pelo vento,
E surge a silhueta das ninfas a beira da estrada.
Em grupo seguem rumo ao trabalho árduo
Conscientes da injustiça de tal batalha.

Percebes o vazio desses rostos?

O sol a pino brilha sobre o asfalto,
E sentada em uma pedra pensativa ela descansa.
Sonha com alguém distante, e imagina num sobressalto
Que ele volte a ser sua enevoada esperança.

Percebes o vazio desses rostos?

Ao entardecer, raios dourados atravessam nuvens escuras,
Seus olhos brilhantes e um sorriso iluminado
Inundaram meu peito preenchendo as fissuras,
Ao calar a dor de um sonho recém-enterrado.

Percebes agora o vazio em meu rosto?

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