quinta-feira, junho 7

Vejo a lua sobre as águas

Inspirado pela grande lua de maio
A ti dedico todo minha poesia e paixão.
Vejo na luz prateada das folhas
O brilho de seu olhar e o flash de seu
                                                [sorriso.

Um ordinário dia de trabalho
Desponta no horizonte
E a rotina rouba das estrelas
Sua conotação divina.

O olhar se contenta com o óbvio.

Todavia, uma brisa mais leve
Parece preencher meus pulmões,
E das trevas renasce a ensolarada
                                      [manhã.

O trabalho enfadonho e previsível
Assumiu um aspecto inédito,
Arteiro e sorridente.
Conforme sua imagem assalta meus
                                     [pensamentos.
Tudo a minha volta ganha sentido.
Sinto que perco o fôlego quando
Distante de minh'alma caminhas.

Com os olhos vedados busco por ti
E rogo aos deuses que ainda haja tempo.
Pois as horas, minutos e seguntos
São apenas registros artificiais
De uma vida sem poesia.

Sim, sem você não há prosa ou poesia.
Sem você sou dicionário,
Sou lista de verbetes.
Palavras soltas sobre uma folha em branco.

A vida, como uma folha seca de amendoeira
Que teima em planar antes de tocar o solo.
Sem você quero cair de cabeça.
Sangrar por fora, pois por dentro já estou
                                                  [retalhado.
Aos pedaços e sem vida,
Não há filosofia nos astros.
E o brilho das estrelas
É apenas a viagem espacial da luz de outrora.

Ainda estou aqui
Em algum lugar
Perdido
Com um nó na garganta
Chorando sob a grande lua.

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