Mãe
Mãe Negra que na Savana
Deu-me a luz entre os leões
Sob um rubro pôr-do-sol
Que nossa pele inflama.
Mãe Guerreira, protetora e gentil,
Olhai por teus filhos que sangram
Por entre tuas mãos trêmulas,
Submetidos à condição servil.
Mãe Natureza, selvagem e amável,
Aceitai-nos em teus braços.
Saciando a fome de almas esquecidas
E corpos miseráveis.
Mãe Africana, perdão, mamãe... perdão
Se para longe de ti me levaram,
E na terra de Vera Cruz me forçaram
A silenciar tua voz em meu coração.
Que as chibatadas que lambem minhas costas
Possam servir para despertar a força que plantaste em minh’alma.
Oiram Ziul
sexta-feira, novembro 20
sábado, setembro 19
Peças variadas
Uma mulher e uma câmera
Olhares
Somente a possibilidade de ser alvo de sua atenção
Resgata-me das trevas onde me encontrava.
Não é fácil resistir à sua beleza e olhar,
Pois você me enxerga por ângulos
Que nunca haviam sido notados.
E através de sua lente
Vislumbro a pouca luz que ainda arde em minh’alma.
O calor de sua respiração, lentamente,
Incendeia meu íntimo já castigado pela chuva.
E por apenas um momento, um flash,
Uma imagem perdida no tempo, sinto que sou de verdade.
Você se afasta
Seus lábios umedecidos parecem querer dizer alguma coisa.
E caminhas em direção a um horizonte mágico
Onde todos os seres estão livres da artificialidade.
Sinto que me levas junto a ti,
E juntos embriagados pela verdade de nossas almas
Seguimos o vento dos sonhos esquecidos.
Somente a possibilidade de ser alvo de sua atenção
Resgata-me das trevas onde me encontrava.
Não é fácil resistir à sua beleza e olhar,
Pois você me enxerga por ângulos
Que nunca haviam sido notados.
E através de sua lente
Vislumbro a pouca luz que ainda arde em minh’alma.
O calor de sua respiração, lentamente,
Incendeia meu íntimo já castigado pela chuva.
E por apenas um momento, um flash,
Uma imagem perdida no tempo, sinto que sou de verdade.
Você se afasta
Seus lábios umedecidos parecem querer dizer alguma coisa.
E caminhas em direção a um horizonte mágico
Onde todos os seres estão livres da artificialidade.
Sinto que me levas junto a ti,
E juntos embriagados pela verdade de nossas almas
Seguimos o vento dos sonhos esquecidos.
Um homem, uma calçada, um sofá
Sob o sol
Um sofá rasgado na calçada ao sol
Testemunha o quanto fomos usados.
E quando as palavras já não encontram coragem para se revelarem
O que nos resta é um cão de rua
A esquentar nosso corpo ressecado pela vida.
O rosto impassível diante de minha degradação,
Já não me tortura como antes.
Chego até a sentir prazer
Em ser invisível aos olhos de todos.
Se o homem é árvore e fruto de pulsões
O que dizer de algo estático e impassível.
Ser conduzido pelo desejo
E viver em função da satisfação deste,
É uma dádiva que outrora fazia parte de mim.
Mas agora o prazer migrou para algum lugar distante
E não deixou endereço.
Um sofá rasgado na calçada ao sol
Testemunha o quanto fomos usados.
E quando as palavras já não encontram coragem para se revelarem
O que nos resta é um cão de rua
A esquentar nosso corpo ressecado pela vida.
O rosto impassível diante de minha degradação,
Já não me tortura como antes.
Chego até a sentir prazer
Em ser invisível aos olhos de todos.
Se o homem é árvore e fruto de pulsões
O que dizer de algo estático e impassível.
Ser conduzido pelo desejo
E viver em função da satisfação deste,
É uma dádiva que outrora fazia parte de mim.
Mas agora o prazer migrou para algum lugar distante
E não deixou endereço.
Mesa com motivo em pastilhas de vidro
Mesa de armar
Esta mesa foi trabalhada com cerâmica e pastilhas de vidro. Fiz uma peça mais simples e de bom gosto para agradar a todos, pois meu objetivo era vender e recuperar uma parte do investimento que já realizei neste hobby tão gratificante, porém dispendioso. Contudo, mais uma vez, Leila confiscou a peça e, imediatamente, a transformou em um objeto essencial para o funcionamento harmonioso do nosso lar de acordo com o Feng Shui, ou coisa parecida.
domingo, junho 14
Poesia II
Mais um
Mais um dia comum,
Em que acordo com um nó no peito.
Mais um dia sem carinho algum.
E em mim só vejo defeitos.
Acordei querendo dizer que te amo
Com lágrimas os olhos, angustiado.
Em sussurros vou lhe chamando,
Quando percebo que não estás ao meu lado.
Nós que sempre nos entendíamos com olhares
Hoje procuro e não te encontro
Poesia e sorrisos eram nossos pilares,
Longe de todos esses escombros.
Afundando nas águas do Iguaçu, chorosas.
Sufocado pelo espaço entre nós,
Afogo-me no amor de outrora,
Apertando os já insuportáveis nós.
A cada novo dia desatarei um nó invisível, até que novamente em teu coração, minha alma encontre abrigo.
Caixa grande
Cesto de pão
Falta espaço?
Mesa para jardim
sábado, junho 13
Mesa com mandala
Segunda peça
Através da minha esposa conheci uma casa muito bacana que é uma mistura de centro de terapias e atelier chamada Semear, em Niterói. Fiz um curso com a prof. Virgínia e como primeiro trabalho com mosaico aplicado à cerâmica experimentei uma reutilização de pequenos fragmentos de tesselas antigas que sobraram de outras peças em um vaso decorativo.
Primeira peça
Poesia
Céu nublado
Vivo em um céu nublado,
Entre nuvens e sonhos dolorosos.
Tentando encontrar a saída, angustiado
Caminho no labirinto de Minos em Cnossos.
Sem a ajuda do fio de Ariadne ou lógica
Procuro por algo que perdi.
Confuso entre ilusões de óptica,
Volto sempre para o ponto de onde parti.
A temida criatura está presa eternamente
E o labirinto preso em meu peito.
Lembranças fugidias sorridentes,
Aprisionadas pelo destino insatisfeito.
Todavia, como Ícaro e Dédalo contemplaram
Vejo o céu, adornado por estrelas, reveladas pelo vento
E percebo que elas sempre me acompanharam
Como amigos ocultos pelo véu do tempo.
Que o sol não derreta minhas asas
Nem o mar lave meus sonhos.
sexta-feira, junho 12
Arte em casa
Com o sincero intuito de libertar minha mente dos pequenos obstáculos da vida cotidiana e dar vazão a um pontecial criativo reprimido pelo excesso de trabalho, comecei a gravar minhas poesias e abraçar a atividade com mosaico.
A poesia me proporciona a liberdade de traduzir qualquer sentimento, angústia ou idéia e desobstruir os caminhos entre o tangível e o intangível, enquanto o artesanato em mosaico limpa e alivia minha mente. Ao manusear os azulejos e criar motivos para cada peça percebo que o silêncio me invade e meus pesamentos se acomodam.
Mario Luiz
A poesia me proporciona a liberdade de traduzir qualquer sentimento, angústia ou idéia e desobstruir os caminhos entre o tangível e o intangível, enquanto o artesanato em mosaico limpa e alivia minha mente. Ao manusear os azulejos e criar motivos para cada peça percebo que o silêncio me invade e meus pesamentos se acomodam.
Mario Luiz
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